quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Filmes: Her...



Her. Aquele filme que ao terminar você quer assistir novamente. Uma trilha sonora tão agradável capaz de proporcionar sensações de aconchego, carinho, desejo. Uma história que nos faz refletir sobre os adventos tecnológicos e como eles afetam nossas relações sociais. Nos faz pensar a solidão e como sentimos a necessidade do afeto e da atenção, não importa a partir de quem ou do quê. 

Theodore vive sozinho após o rompimento de um relacionamento que parecia perfeito. Seu trabalho é escrever cartas. A tecnologia é sua atual companheira e ele está sempre conectado a algum aparelho eletrônico. Com o surgimento dos sistemas operacionais de inteligências artificiais o escritor logo adquire um que em minutos torna-se Samantha. Imagine ter a companhia de uma inteligência artificial que rapidamente aprende tudo sobre você. Foi o que aconteceu a Theodore. A carência aos poucos foi sendo suprida e uma verdadeira amizade, construída. Os medos característicos de um relacionamento convencional não existiam na relação Theodore - Samantha. Ao menos não inicialmente. Ela era um programa comprado por ele e que o conhecia tão profundamente que resultava em uma relação de atração e companheirismo. O que mais esperar de um relacionamento?

Enquanto assistia ao filme, curiosamente, ou não, minha maior vontade era de que Samantha, tão perfeita para Theodore (companheira, inteligente, curiosa), transformasse-se em uma pessoa de carne e osso, em um corpo que pudesse  ser abraçado e visto. Penso que eu compartilhava esse desejo com o protagonista.

Alguns questionamentos surgiram durante o filme. Até que ponto a tecnologia pode suprir nossas necessidades? Não existem dúvidas, creio eu, de que nós, humanos, somos seres sociais e precisamos interagir uns com os outros para nosso bem estar. Há quem pense que a tecnologia apenas nos afasta uns dos outros. Mas, curiosamente, ou não, na história  Samantha foi capaz de aproximar Theodore de outras pessoas. Será, então, que a tecnologia não pode nos conectar a outros indivíduos se assim desejarmos? O que nos faz querer a aproximação com outras pessoas? Será que afinidades, inclusive sobre assuntos tecnológicos, são possibilidades de aproximação? É fato que a tecnologia é parte de nossas vidas. Não podemos lutar contra isto. Apenas podemos compreender as mudanças que têm ocorrido em nosso mundo e nos adaptarmos a elas, sem perdermos características humanas, como nossa capacidade de sociabilização, responsável, inclusive, por nossa evolução como espécie.

A atuação de Joaquin Phoenix, como Theodore, foi admirável e a voz de Scarlett Johansson, como Samantha, quase me fez esquecer que era apenas uma voz. As imagens e as cores utilizadas pelo diretor Spike Jonze criaram uma atmosfera de conforto a qual me manteve atenta ao longa do começo ao fim. Certamente o filme é uma ótima opção para quem quer pensar o ser humano e a sociedade. Her não é apenas um romance. É uma fonte de reflexão sobre nossa cultura atual. 


sexta-feira, 29 de julho de 2016

Livros: Assim falou Zaratustra...

Hoje não irei falar sobre um livro após lê-lo por inteiro. Isto porque a obra Assim falou Zaratustra é bastante complexa para mim. Nietzsche, seu autor, foi um filósofo alemão e eu não estudo filosofia. Apenas a admiro. Portanto, sou uma leitora da literatura nietzschiana. Embora, aqui, esteja atentando para detalhes que são filosóficos (improvável ler Nietzsche e não filosofar, mesmo quem, como eu, nada, ou quase nada, entende de filosofia...). Deixo isso bem claro porque se algum filósofo ler o que escrevo, entenda que não quero discutir a filosofia e sei que não tenho aptidão para isso. Sinto-me apenas capaz de admirá-la. O que faço aqui é dividir minhas impressões com aqueles que querem conhecê-las.
 
Sobre a obra em questão: é dividida em quatro partes, que foram publicadas separadamente pelo autor entre os anos de 1883 e 1885. Na primeira parte, Zaratustra está voltando de seu isolamento de dez anos, no alto de uma montanha, e busca disseminar o que foi aprendido nessa fase de sua vida. Na sua caminhada entre os homens, Zaratustra escolhe alguns aos quais direciona seus discursos carregados de ensinamentos.

No vídeo abaixo, lerei um dos discursos (Das mil e uma metas). Selecionei esse trecho porque me fez pensar a intolerância humana, tão comum atualmente e já existente na época de Nietzsche (século XIX).



 Algumas coisas que me chamaram atenção nesse discurso:

1. O que é bom para um povo não é, necessariamente, bom para outro;
2. Para compreender o que é bom para um povo é preciso compreender suas necessidades, o que lhes é difícil e descobrir quais superações ele entende que deve realizar;
3. Bom e mal são criações do homem - este é o responsável por valorar as coisas;
4. Para criar algo deve-se destruir algo;
5. Inicialmente apenas povos/grupos eram criadores. A possibilidade de um indivíduo ser criador é mais recente até porque a própria criação INDIVÍDUO é recente;
6. O indivíduo criador, originado do rebanho, torna-se responsável pelo declínio do rebanho;
7. Cada povo possui sua meta, mas ainda não existe uma meta da humanidade e por isso, talvez a própria humanidade falte aos humanos. 

Depois de ler esse discurso, penso que nossa intolerância para com o outro decorre de nossa falta de atenção ao outro, bem como da nossa rigidez ao pensarmos que o que é bom ou mal para nós é, evidente e necessariamente, o bom e o mal do outro. Também, a ideia de que existe uma única verdade, ou de que a nossa verdade é mais verdade que a do outro, propicia inúmeras discórdias em nossas sociedades. 

Bom, essas são as minhas impressões após ler esse pequeno trecho de Assim falou Zaratustra. Muito provavelmente suas impressões são outras!

Fecharei o post de hoje com o final do discurso que achei fantástico:

"Mil metas houve até agora, pois houve mil povos. Apenas a cadeia das mil cervizes falta, falta a meta única. Ainda não tem a humanidade uma meta.
Mas dizei-me, meus irmãos: se ainda falta à humanidade a meta, não lhe falta então também – ela mesma? –
Assim falou Zaratustra."

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Filmes: Precisamos falar sobre Kevin...



Quando li a sinopse de Precisamos falar sobre o Kevin fiquei interessada porque tenho profunda curiosidade sobre o que leva uma pessoa a cometer crimes brutais. Por que alguém se torna assassino? A pessoa nasce com uma predisposição a comportamentos criminosos ou o meio a transforma? Qual a importância da família no desenvolvimento de um indivíduo com tendências a perversidade? Como lidar com uma criança que apresenta condutas delinquentes? Bom, enfim... inúmeros são meus questionamentos. O filme não respondeu minhas dúvidas. Mas, curiosamente, incitou outras questões as quais eu não havia pensado que refletiria ao assisti-lo.

A atmosfera do longa é tensa. A história desenrola-se lentamente. Começa antes do nascimento de Kevin e, por isso, parece ser mais a história de Eva, mãe do garoto. Porém, após a chegada do bebê torna-se impossível dissociar mãe e filho. Aqui abro um parênteses: penso que a maternidade seja um pouco isso mesmo. Após a concepção da cria a mulher torna-se uma mulher mãe, não só mulher, e fica difícil pensá-la isoladamente, ao menos por um tempo. Mas voltando ao filme a sensação é de que vivi com Kevin os anos que antecederam seus crimes, olhando-o por meio das lembranças de sua mãe, que não sabia como agir com aquele bebê, criança e adolescente que parecia rejeitá-la desde sempre. Parecia odiá-la. Não ficou claro o porquê desse ódio, dessa falta de afeto, mas esteve presente já na época do berço. Eva também aparentava não nutrir muito carinho por aquele filho. Inclusive é possível pensar que ela desenvolveu uma depressão pós-parto ou mesmo que ela não queria engravidar naquele momento. Mas o mais importante é que tive a impressão de que entre os dois não existia afinidade e afetividade. Sabe aquelas pessoas com as quais não nos identificamos? As quais nos desagradam simplesmente pelo fato de existirem? Então. Pense um mãe dar a luz a um filho e a relação entre ambos ser assim. Para piorar a relação entre os dois havia o pai que era extremamente conivente com as atitudes insolentes de Kevin em relação a mãe. 

Algo que chamou minha atenção e fez eu pensar num possível motivo para a hostilidade de Kevin, foi o excesso do uso de vermelho pela diretora do filme (Lynne Ramsay). O vermelho pode estar associado a sangue, a morte e também a paixão e obsessão. Posso pensar que Kevin, mais do que odiar a mãe, era obcecado por ela. Era obcecado em fazê-la sofrer, em criticá-la, em deixá-la desconfortável. Os atos criminosos que cometeu nada tinham a ver com as pessoas assassinadas, mas sim com a vontade de agredir a mãe. Tanto que ela é quem mais sofreu as pressões da sociedade após o crime cometido por Kevin.

Precisamos falar sobre o Kevin causou um desconforto e várias dúvidas, além de toda reflexão que um bom drama psicológico pode proporcionar. Mas a mim, o que mais chamou a atenção foram as dificuldades enfrentadas por essa mãe que parecia não saber lidar com a maternidade, ou com aquele garoto. Eu não pensava que refletiria sobre isso assistindo a esse filme. Mas é exatamente o que mais me deixou surpresa. O que fazer ao dar a luz e não saber se relacionar com aquele ser? A maternidade não deve ser algo simples e trata-se, acima de tudo, da relação entre pessoas distintas. Portanto, é passível de uma série de conflitos. Fica a dúvida: quais as consequências que podem decorrer desses conflitos? 

Se você gosta de pensar o comportamento e as relações humanas, provavelmente irá interessar-se por esse filme que é adaptado do romance homônimo escrito por Lionel Shriver (eu, infelizmente, não li o livro antes de assistir ao filme, mas pretendo lê-lo mesmo assim). Não posso deixar de ressaltar as brilhantes atuações de: Tilda Swinton, como Eva; e de Jasper Newell e Ezra Miller, no papel de Kevin na infância (entre seis e oito anos) e  na adolescência, respectivamente.

Abaixo o trailer. 


É isso por hoje! Uma ótima quarta-feira! Até!

sábado, 23 de julho de 2016

Livros: O Planeta dos Macacos...




O que falar de O Planeta dos Macacos? Bom, minha primeira ficção científica, em livro. Acho que comecei bem! Eu já havia assistido ao filme homônimo de Tim Burton (2001), ao Planeta dos Macacos: a Origem (2011) de  Rupert Wyatt e ao Planeta dos Macacos: o Confronto (2014) de Matt Reeves. Só posso dizer que esses filmes foram inspirados no livro de Pierre Boulle, mas nenhum deles tentou representar exatamente a história da obra francesa. Ao terminar a leitura, eu mesma, pude e quis imaginar muitas coisas a partir dos escritos de Boulle. Acima de tudo, é uma leitura que instiga a criação. Talvez seja essa a magia do livro que foi capaz de originar nove produções cinematográficas, até hoje: a primeira série, que conta com cinco filmes, foi produzida entre o final de década da 1960 e o início da década de 1970; em 2001 foi produzido um remake por Tim Burton; e a partir de 2011 iniciou-se a nova versão da série, cujo terceiro longa Planeta dos Macacos: A Guerra está em produção e a estreia é prevista para julho de 2017 (o diretor é Matt Reeves, novamente).

Mas vamos falar do livro propriamente dito, certo?! Imagine poder olhar para nossa sociedade humana como se estivéssemos fora dela. Imagine sermos capaz de perceber os nossos comportamentos e as nossas disputas como fazemos com os leões, os golfinhos, as formigas, por exemplo. Foi assim que me senti lendo a obra de Boulle. Enquanto eu estudava Biologia adorava analisar o comportamento dos outros animais e me parece que foi isso que fiz durante toda a leitura de O Planeta dos Macacos. Porém, nessa leitura eu analisava o comportamento humano, por meio de um narrador humano, que analisava o comportamento de macacos! Loucura? Confuso? Nada... Fantástico! O autor transformou os macacos em humanos! Quero dizer que o comportamento e a razão dos macacos eram iguais as nossas. E o serhumaninho, Ulysse Mérou, o cara que fazia toda a análise, não passava de um animal inferior incapaz de racionalizar (na ideia dos senhores macacos, é claro). Exatamente o que pensamos sobre os macacos que hoje habitam a Terra. Pierre Boulle, nessa inversão de papéis, descreveu a espécie humana em ricos detalhes. O autor francês nos proporciona uma outra maneira, divertida e fascinante, de pensar nossa espécie e sociedade.

Brevemente o que acontece é o seguinte: Ulysse Mérou nos conta sua viagem, iniciada no ano de 2500 partindo da Terra em direção ao sistema de Betelgeuse, junto com mais dois viajantes, o professor Antelle e Arthur Levain. Os três chegam a um planeta novo que denominam Soror e que, em poucos minutos, percebem ser habitado. Para maior surpresa, o primeiro habitante encontrado é um humano. Porém, rapidamente eles descobrem que os humanos, nesse planeta desconhecido,  são apenas animais selvagens, irracionais e incapazes de falar, que precisam ser subjugados pelos indivíduos mais bem desenvolvidos e capacitados do planeta: os macacos. 

Mais do que isso não irei falar. Quero instigá-los a leitura desse livro que me possibilitou não só uma viagem pelo espaço e para Soror, mas também uma profunda reflexão sobre quem e como somos nós. Humanos dotados de razão, mas prepotentes o suficiente para nos sentirmos capazes de dominar outras espécies e almejar governar o planeta em que vivemos.

Não posso deixar de agradecer imensamente àquele que me incentivou à leitura dessa obra: Gabriel. Meu parceiro e companheiro de vida, com quem adoro discutir sobre o mundo, a biologia, a humanidade, a psicologia, a sociedade... além de ouvi-lo falar sobre as estrelas, os planetas, a física, a química, a lógica entre tantas outras coisas que só alguém tão curioso, cientista e professor é capaz de descobrir e ensinar.

 Por hora é isso! Até logo! E boas leituras!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Filmes: Mais forte que o mundo...



Sábado assisti ao filme Mais forte que o mundo. Fui surpreendida! A verdade é que não li muita coisa sobre ele antes de assisti-lo e também não fiquei criando expectativas. Será o segredo para gostar do que assistimos? Brincadeiras à parte, vamos ao filme.

O longa, dirigido por Afonso Poyart, narra parte da história, verídica, do lutador de MMA José Aldo. O enfoque não é na infância ou no início da prática esportiva do atleta, por exemplo, mas sim em fatos de sua juventude que, provavelmente, foram determinantes para que alcançasse a posição de ídolo esportivo que ocupa atualmente. No início do filme são destacadas as dificuldades que o jovem enfrenta: a falta de dinheiro, o alcoolismo do pai, as agressões físicas sofridas pela mãe; bem como seu temperamento agressivo e explosivo, o qual propicia diversas situações de conflito ao longo da narrativa. Inclusive, foi em uma dessas situações que José Aldo chamou a atenção do treinador Dedé Pederneiras. Neste momento, Aldo já estava morando no Rio de Janeiro e considerando a possibilidade da luta como profissão. Após a descoberta de Dedé, o atleta inicia sua jornada no mundo das Artes Marciais Mistas começando em eventos de menor proporção até que chega ao tão almejado UFC. Como é impossível dissociar a vida pessoal da profissional, o filme aborda também parte da vida afetiva do atleta: suas dificuldades com o pai; o relacionamento conturbado com Luisa , uma amiga de sua cidade natal; e o encontro com Vivi, garota que conheceu já no Rio de Janeiro e que é hoje sua esposa. Mas o pior conflito que Aldo parece ter vivido nos anos que antecederam seu sucesso nos foi apresentado por meio de uma estratégia bastante cativante. Não vou contá-la, para não estragar a surpresa tão agradável que vivenciei no cinema. Pra quem já assistiu, sabem do que estou falando. Também muito agradáveis foram as diversas cenas filmadas com a câmera bem próxima dos atores e lentamente, mostrando detalhes de pele, músculos, suor. Eu confesso que adoro uma câmera lenta! Óbvio que também não pude deixar de admirar o trabalho dos atores envolvidos no filme. Mas preciso destacar o trabalho de José Loreto, que interpretou José Aldo, e Jackson Antunes, que desempenhou o papel do pai do lutador. Ambos foram muito verdadeiros, fortes e emocionantes em cada momento de suas atuações.
 
Só posso dizer que o filme foi surpreendente e indico a todos que gostam de cinema, MMA e boas interpretações. 

Deixo aqui o trailer, para que tenham uma ideia do que os aguarda, ou relembrem, caso já tenham assistido! 



Por hora é só! Até!

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Apenas um desabafo...


 

Eu só quero compartilhar algo que me deixou bastante incomodada hoje cedo. Sei que não tenho nada a ver com a vida das pessoas, mas certas coisas chamam minha atenção e eu não consigo não refletir sobre. Primeiro, como muitos sabem, uma das minhas leituras da vez é A culpa é das estrelas - era, na verdade, acabei a poucos minutos e estou pronta para assistir ao filme! Bom, quem conhece essa história sabe como ela nos faz pensar sobre a vida e, inclusive, valorizá-la. Ao menos foi como reagi aos escritos de John Green. Então, com a cabeça pensando em Hazel e Augustus e todo o sofrimento envolvido na trama, eis que me deparo com um rapaz correndo na rua. O sinaleiro aberto para os carros. Ele alucinado quase sendo atropelado. Caramba, pensei, por que motivo corre o moço, loucamente, com tantos carros em velocidades consideráveis?  Obviamente ele quase foi atropelado... Que bom que foi quase! Confesso que eu não gostaria de presenciar uma desgraça logo cedo. Era cerca de 07h30 de uma manhã bem gelada. Tá... enfim... após olhar esta cena, procurei encontrar o motivo de tanta pressa... Ah, é claro, o ônibus estava indo em direção ao ponto e, sim, era extremamente necessário correr para pegá-lo, mesmo que morresse antes de alcançá-lo... Puxa... Não sei os reais motivos que levaram o rapaz a agir tão irracionalmente, mas como gosto de supor coisas, botei minha cabecinha para imaginar. Supus que ele estivesse atrasado para comer uma pizza de morango com leite condensado ou assistir sua série favorita na TV. Não sei... Só supus... Mas uma dúvida ficou martelando em minha cabeça: será que ele estava consciente de seus atos? Será que cogitava a possibilidade da morte ou de um acidente que o impossibilitasse de fazer tantas coisas agradáveis? Loucura, certo? Eu não tenho nada a ver com a vida dele, muito menos com a morte. Mas é que isso tudo me tocou. Lembrei que eu mesma, muitas vezes, agi como ele. Inconsequente... imprudente... Pois é. Que bom que nada grave aconteceu, com ele e comigo... Porque eu posso apostar que se algo pior acontecesse só restariam arrependimentos... Afinal, a vida e a saúde tem seu valor, certo?!
Bom... Eu só precisava desabafar... 
É isso por hora... Até breve!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Livros: O Rouxinol...

"Na França sitiada pelos nazistas, duas irmãs se veem em polos opostos ao encarar o inimigo comum."

 

Estava eu na livraria, em busca de um novo livro para ler agora nas férias, quando me deparei com O Rouxinol. Gostei da capa, inicialmente. Aqui abro parênteses: quando não ouvi ou li sobre um livro, as capas são motivos de atração, ou não. É como a beleza das pessoas... quando vejo pessoas bonitas sinto-me compelida a olhá-las e descobrir mais sobre elas - que fique claro que não estou aqui falando sobre flerte, estou apenas falando sobre curiosidade desprovida de intenções sexuais. Bom, voltando aos livros, quando as capas são bonitas, meu desejo é de lê-los! Quando li a sinopse de O Rouxinol e vi que a narrativa era ambientada na França e durante a Segunda Guerra Mundial fiquei ainda mais inclinada a levá-lo para casa! Até continuei olhando outros livros, mas por fim foi ele o escolhido!

Que livro lindo! Que história delicada, cheia de coragem, cheia de amor... Não conhecia Kristin Hannah - a autora - mas estou curiosa para ler outros de seus livros.

Vianne e Isabelle são duas irmãs que perderam a mãe ainda na infância e o pai delas, Julien, ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, não soube lidar com a morte da esposa e abandonou as meninas sob os cuidados de uma estranha. Cada uma desenvolveu uma personalidade diferente. Vianne era mais comedida, centrada e resignada . Isabelle era rebelde, carente e sentia que ninguém a amava. A diferença de idade das meninas foi fator decisivo para afastá-las. Quando Vianne, a mais velha,  conheceu aquele que viria a ser seu marido, Antoine, também deixou Isabelle de lado para viver sua vida e construir uma nova família. Os anos passaram e uma guerra mundial, a segunda, se inicia. A França será palco de muita tragédia, muito sofrimento. E é nesse cenário que conheceremos mais profundamente Vianne e Isabelle. 
Com a Guerra muitas coisas irão mudar para as duas. Cada qual desempenhará um importante papel no conflito. Elas irão aprender que nem todos os alemães são ruins, mas muitos podem ser terríveis; que os próprios franceses podem ser tornar egoístas e cruéis; que talvez, o abandono, não seja por falta de amor, mas por falta de autoconfiança ou até mesmo por excesso de zelo. Perceberão que em um conflito como esse é bom poder contar com os outros e, melhor ainda, é ótimo poder ser útil e ajudar aqueles que estão em perigo. Isabelle conhecerá o amor que buscou por tanto tempo. Vianne terá que mentir, muito, mas para salvar diversas famílias, inclusive a sua. O medo estará presente na vida das duas, o tempo todo. Mas assim como a coragem, que nãos lhes faltará em momento algum!

Uma história  que me fez chorar e torcer pelas personagens tão bem escritas, tão humanas. Um misto de condutas. Nem só boas, nem só ruins. E sim, com a possibilidade da empatia, mesmo na guerra. Achei que leria o livro e ficaria horrorizada com a maldade humana, mas, pelo contrário, a autora conseguiu que eu ficasse admirada com a possibilidade de doação que muitos de seus personagens desenvolveram no conflito. Sim, eu sei que é apenas uma ficção... Mas prefiro acreditar que representa um pouco de nossas possibilidades reais. Bom, por isso, é um livro que ficará guardado na minha estante e quando eu estiver triste, decepcionada com as pessoas, com o egoísmo, o lerei novamente. Só para dissipar a amargura que estiver sentindo e lembrar que posso escolher para onde olhar: para a maldade ou para o amor. Ambos estarão presentes, mas a escolha será minha!

Espero que tenham gostado da dica de leitura de hoje! Por hora é só! 

Até!